top of page
Buscar

Sustentabilidade e regulação na moda: por que sua empresa precisa agir agora

  • Foto do escritor: legalatti9
    legalatti9
  • 30 de jun.
  • 3 min de leitura

O setor têxtil e de moda está passando por uma transformação global, impulsionada por novas exigências ambientais, sociais e legais. Regulamentações internacionais cada vez mais rígidas, mudanças no perfil dos consumidores e a pressão por práticas mais responsáveis estão redesenhando as regras do jogo. Nesse cenário, empresas brasileiras que desejam se manter competitivas, exportar ou fortalecer sua reputação no mercado precisam se antecipar e adaptar suas estratégias.

Diversas regiões estão implementando políticas e legislações voltadas à sustentabilidade na moda. A União Europeia, por exemplo, tem liderado esse movimento com iniciativas como a Regulação de Ecodesign para Produtos Sustentáveis (ESPR), a Estratégia Nacional de Economia Circular e a Responsabilidade Estendida do Produtor (EPR) aplicada aos têxteis. França, Alemanha e Suécia já colocaram em prática leis que exigem maior transparência, rastreabilidade e responsabilidade sobre o ciclo de vida dos produtos.

Nos Estados Unidos, estados como Nova York e Califórnia discutem leis voltadas ao controle da cadeia de suprimentos e metas ambientais. No Japão, o foco está na economia circular e metas de reciclagem de roupas usadas. Enquanto isso, o Brasil ainda carece de regulamentações específicas para o setor têxtil e de moda, mas é inevitável que esse movimento chegue ao mercado nacional com mais força nos próximos anos.


Os impactos por trás das exigências

As novas regras não surgem por acaso. O setor têxtil é um dos mais impactantes do mundo quando se trata de recursos naturais e questões sociais. Estima-se que ele seja responsável por 3,5% das emissões globais de gases de efeito estufa, consuma cerca de 93 bilhões de metros cúbicos de água por ano e contribua para processos de poluição como a eutrofização de rios e oceanos.

Do ponto de vista social, os desafios também são grandes. São mais de 140 milhões de trabalhadores na cadeia têxtil e de moda global, dos quais 61,5 milhões não têm acesso a direitos trabalhistas básicos. A informalidade, os baixos salários e a precarização afetam, sobretudo, as mulheres, que compõem a maior parte dessa força de trabalho.


As empresas que se adaptarem mais cedo a essas exigências estarão em vantagem. Além de estarem preparadas para cumprir regulações futuras, poderão acessar novos mercados, atrair consumidores conscientes e estabelecer alianças internacionais estratégicas. 

O alinhamento com temas como rastreabilidade, design circular, transparência e inovação será cada vez mais decisivo para a reputação e a longevidade dos negócios. Por outro lado, permanecer inerte diante dessas transformações representa um risco. Negócios que não se ajustarem poderão ter suas exportações barradas, perder competitividade ou sofrer pressão direta de clientes e parceiros.


Caminhos práticos para começar

Esse contexto pode parecer desafiador, especialmente para micro e pequenas empresas, mas também representa uma oportunidade. Rever processos, mapear os impactos e dialogar com parceiros e equipes são os primeiros passos para uma transformação consistente. Um bom ponto de partida é refletir sobre questões-chave como:

  • Qual é o principal desafio relacionado à sustentabilidade ou à conformidade regulatória que sua empresa enfrenta hoje?

  • Quem está envolvido na resolução desse problema e quais recursos já estão disponíveis?

  • Que valor a solução desse problema gera para seus clientes, usuários ou colaboradores?

  • Quais parcerias estratégicas podem ser ativadas ou fortalecidas para apoiar essa transição?

Responder a essas perguntas permite visualizar o problema com mais clareza e desenhar estratégias realistas, baseadas na realidade de cada negócio.


O Brasil tem potencial para liderar

Com uma base produtiva local, criatividade abundante e uma grande diversidade de estilos e marcas, o Brasil tem todas as condições para liderar uma nova fase da moda, mais consciente, inovadora e conectada às necessidades do presente e do futuro. No entanto, esse potencial só se concretiza com ação.

Empresas de todos os portes, incluindo aquelas que atuam na formação de profissionais e na pesquisa de moda, têm um papel essencial nesse movimento. A integração entre setores, a valorização de boas práticas e o compartilhamento de conhecimento são fundamentais para impulsionar essa transformação de forma coletiva e consistente.

O cenário global já mudou. O momento de repensar estratégias, fortalecer processos e alinhar propósito e prática é agora.

 
 
 

Comentarios


bottom of page